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A concepção de uma correta estratégia corporativa presume a análise de fatores e variáveis externas e internas, devendo ser capaz de direcionar e organizar a forma pela qual a empresa atingirá o máximo de resultados com o mínimo de esforços e investimentos. Como resultado, entende-se não só a satisfação financeira de seus acionistas, mas também a criação de valor para os diversos stakeholders e a construção das bases para resultados futuros superiores e contínuos.

Ao deixarmos de lado as pressões especulativas por resultados de curto prazo e analisarmos mais profundamente os objetivos de longo prazo, estaremos falando em perenidade, relacionamentos duradouros e lucrativos, ou seja, em elementos característicos da uma visão madura de Sustentabilidade.
Apesar de o tema Sustentabilidade estar ganhando força nos meios corporativos e hoje ser um critério qualificador para se atuar em determinados mercados ou mesmo um importante diferenciador em outros, se analisarmos seu histórico recente perceberemos que o assunto passou a ganhar força, não por iniciativa própria das principais empresas e indústrias, mas por pressões da sociedade e de reações a pressões políticas, quando as empresas se viram forçadas a dar respostas para questões que elas não pensavam serem de sua responsabilidade (principalmente os aspectos sociais e ambientais).
Posteriormente, o tema evoluiu pela conscientização e melhor entendimento do conceito, quando as empresas começaram a perceber que a responsabilidade social (num primeiro momento), e os conceitos que envolvem a Sustentabilidade (mais recentemente), poderiam ser algo positivo e que valeria a pena ser proativo. A partir desse momento, boa parte das companhias – principalmente as globais e as grandes empresas nacionais que operam em setores potencialmente ofensores ao meio-ambiente e à sociedade, passaram a enxergá-la também como um instrumento fundamental para o fortalecimento de imagem e reputação corporativa.
Mesmo tendo entrado no dia a dia corporativo mais por imposições externas do que pela proatividade de seus líderes, é fato que atualmente o tema é pauta da quase totalidade das principais empresas em atuação no Brasil. Paralelamente, também começa a adentrar no cotidiano de empresas de médio ou pequeno porte, em sua maioria por pressões externas (sejam elas regulatórias ou mercadológicas), por imposição das grandes empresas com as quais se relacionam ou desejam se relacionar, por expectativas dos clientes, ou mesmo por visão de seus proprietários e gestores (que enxergam oportunidades comerciais de criação de novos produtos e serviços ancorados nas práticas sustentáveis).
A tangibilização e a análise de valor das políticas e práticas sustentáveis ainda encontram uma boa dose de dificuldade, principalmente no que se refere à sua inclusão e integração à estratégia corporativa. Muitas vezes se percebem estratégias corporativas focadas quase que integralmente nos aspectos econômicos e financeiros, quando o mais correto seria a existência de uma estratégia única que contemplasse de forma clara e convergente todos os direcionadores (econômicos, sociais e ambientais) que levarão a empresa ao real patamar de organizações sustentáveis, buscando o incremento de caixa com práticas sociais e ambientais que potencializem o ciclo virtuoso da sustentabilidade para si e todo seu ecossistema e stakeholders.
Metodologias e ferramentas que auxiliam taticamente o planejamento e controle dos planos estratégicos não apresentam restrições ou precisam de grandes adaptações para que possam contemplar os princípios da Sustentabilidade. A criticidade deste processo reside muito mais na falta de critérios para investimentos de esforços e valores em ações sustentáveis do que na complexidade de sua inserção no plano estratégico.
A construção ou adequação dos chassis corporativos a um modelo fundamentado na Sustentabilidade passa por um processo de conscientização e ação, que exige coragem, mas nem sempre encontra suporte.
Uma vez que a Sustentabilidade está muito mais relacionada à forma de se fazer algo, a um posicionamento/compromisso/atitude moral e responsável, de longo prazo, para com todos os stakeholders, faz-se necessária a sua presença em todos os processos, ações, e, principalmente, no mind-set dos tomadores de decisão, executivos e colaboradores das empresas, que devem endossar, incorporar e disseminar a cultura associada ao tema.
Acionistas, investidores, consumidores e clientes começam a perceber cada vez mais o risco embutido nas práticas não sustentáveis e começam a exigir maior transparência, profundidade e detalhamento dos resultados e políticas adotadas pelas empresas.
A capacidade de gerar receitas e lucros contínuos, cada vez mais, depende do planejamento integrado dos aspectos econômicos, sociais e ambientais, pois mais importante que uma alta performance financeira num dado período é a garantia de lucros constantes nas próximas décadas.

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