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A compreensão da necessidade de se evoluir da simples busca por rentabilidade, lucratividade e demais indicadores puramente financeiros para um horizonte mais amplo de mensuração de resultados corporativos, que contemple os aspectos sócio-ambientais como parte do bottom-line das empresas (triple bottom line), tem se tornado quase imperativa às companhias que desejam competir com excelência. Para ser verdade, essa compreensão deve permear desde os objetivos estratégicos da organização até sua consciência, processo decisório e cultura corporativa.

A crescente monitória e exigência externa por parte de governos, sociedades e pela própria cadeia de valor das empresas (stakeholders em geral) são fatores de impulso desta tendência; porém, tal mudança no mindset e nas práticas das empresas não ocorre por altruísmo ou bondade incondicional, mas sim porque traz resultados econômicos (e financeiros!) para a empresa, para seus clientes e para seu entorno, em um ciclo virtuoso de ganha-ganha.

Empresas pioneiras como 3M, BASF, Dell, GE, HP, Petrobras e outras que fazem parte de índices como o Dow Jones Sustainability Index investem cifras representativas de seus orçamentos na busca por resultados equilibrados em triple bottom line.

3M

O caso da 3M é significativo de pioneirismo na inserção da Sustentabilidade no modelo de negócio das empresas. por se tratar de uma empresa em um setor considerado sensível, o setor químico.

Com práticas de Sustentabilidade há mais de 30 anos, a 3M adota uma série compromissos sustentáveis em suas políticas e valores, como solucionar seus impactos em relação à poluição, conservação do meio-ambiente através do correto manejo dos recursos naturais necessários para suas atividades, desenvolver produtos que tenham o mínimo impacto sócio-ambiental e reduzir a emissão dos gases que contribuem para o efeito estufa.

Esta última meta tem sido uma das principais prioridades da empresa e permeia todas suas atividades estruturadas, desde a redução das emissões diretas de CO2 em suas estações de queima de combustível fóssil, lixo e solventes, até ás reduções indiretas pelo uso de eletricidade e vapor.

Para tanto, os investimentos em Eficiência Energética e Energias Renováveis se tornaram intensivos, através da aquisição de novos equipamentos de controle de poluição, tecnologias para realização dos processos produtivos sem o uso de solventes e instalação de painéis solares, aquisição de energia eólica e biodiesel para abastecimento de suas fábricas e instalações.

Com tal compromisso e investimentos a 3M conseguiu:

  • Prevenir a emissão de mais de 1,2 milhões de toneladas de poluentes entre 1975 e 1990, através do programa 3P (Pollution Prevention Pays),
  • Reduzir em 57% a geração de resíduos sólidos a partir da venda de seus produtos. (2006),
  • Reduzir em 95% das emissões de poluentes voláteis (em números absolutos – 2006),
  • Reduzir em 95% das emissões (em números absolutos) de resíduos tóxicos (U.S. Toxic Release Inventory),
  • Reduzir em 54% a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa como (greenhouse gaz emission) como vapor de água, dióxido de carbono, metano e ozônio.

No Brasil, além de empresas como Petrobrás, Suzano e Bradesco, que cada vez mais aprofundam seu compromisso com o desenvolvimento de negócios e práticas sustentáveis e se tornam referência no país em setores sensíveis, podemos ressaltar o comprometimento de duas empresas que contaram com o apoio financeiro e suporte do Banco Real para a remodelagem de suas atividades core.

Rede Othon

A Rede Othon é uma rede de hotéis que está presente em várias capitais brasileiras, atuando com hotéis cinco estrelas próprios e na gestão de hotéis de terceiros, pousadas e flats. A rede hoje administra 2.191 leitos e conta com cerca de 1.200 funcionários.

Motivado pela possibilidade de implantar a prática da sustentabilidade no dia-a-dia, a partir de um projeto de redução de consumo de água e energia elétrica através de reformas em seus hotéis, a Rede Othon passou a adotar uma série de medidas para criar uma cultura empresarial inovadora no setor de turismo e serviços.

Com tal projeto, a empresa obteve diversos benefícios como:

  • Redução de 47% no consumo de água e 25% no de energia nos hotéis reformados,
  • Redução dos custos diretos em 32%;
  • Conscientização de funcionários, executivos e acionistas para a importância das medidas socioambientais;
  • Influência em de outras redes de hotelaria na adoção de políticas de redução no consumo de água e luz.

AleSat Combustíveis

A AleSat Combustíveis é resultado da fusão, em 2006, entre a mineira ALE Combustíveis e a Satélite Distribuidora de Petróleo, do Rio Grande do Norte. A empresa hoje ocupa a 5ª posição entre as maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, comercializando 300 milhões de litros de combustíveis por mês, com uma frota de 170 caminhões.

A partir de um problema com o alto índice de acidentes com seus caminhões, a empresa desenvolveu um projeto que minimizou possíveis danos ao meio-ambiente, garantiu mais segurança aos seus motoristas e fez com que eles contribuíssem com os resultados da companhia.

Dessa forma, a empresa pôde colher os seguintes benefícios:

  • Redução do custo com acidentes, manutenção e revenda da frota e seguro, como também um ganho com a receita gerada pela venda por parte dos motoristas e pela contratação do sistema de monitoramento dos caminhões por outras empresas,
  • Redução no consumo de combustível pelos caminhões da empresa em aproximadamente 15%.

As iniciativas de 3M, Rede Othon e Alesat Combustíveis são apenas alguns exemplos de uma infinidade de empresas que estão vendo, na prática os resultados da aplicação da Sustentabilidade em seu modelo de negócio e práticas.

Compreender a Sustentabilidade conceitualmente pode ser uma tarefa que demanda esforço intelectual e abstração. Porém, aplicá-la não exige mais do que criatividade, comprometimento e atitude.

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