Muito temos falado do conhecimento sob a ótica das corporações. O processo de Knowledge Management (KM) tem sido um tema absolutamente vivo em nossos estudos e projetos, até porque acreditamos ser, de fato, vantagem competitiva sustentável que as empresas podem ter para evoluir nos seus mercados de atuação.
As empresas do Século XXI precisam estar abertas a absorver todo tipo de informação do meio, transformando-as em conhecimento aplicável, competitivo. Como todo processo de troca com o meio, sempre há a possibilidade de absorção de “pacotes” indesejáveis. É importante entendermos que são exatamente esses pacotes que causam as transformações estruturais nas empresas; o choque de rotina que as faz evoluir, aprender com seus erros. Como na biologia, também nos negócios, a vida mostra que precisamos errar para evoluir.
Uma vez que a empresa aberta, digital, conectada, deve possuir sua arquitetura de processos (e departamentos) pautada na captação, transformação e disseminação de conhecimento e na integração coopetiva com as demais empresas de sua cadeia de valor, suas fronteiras passam a funcionar como membranas que selecionam e permitem entrar e sair “pacotes” para o meio em que está inserida.
Uma empresa assim é um nó numa teia capaz de fazer as aranhas caminharem em busca do atingimento de seus objetivos individuais e colaborativos, dentre os quais co-construir ainda mais a própria teia. Mas quem são essas aranhas?
Se a teia é o ambiente no qual a empresa aberta do conhecimento está conectada, então as aranhas são os profissionais da geração digital.
Uma vez aranha, o profissional do conhecimento não pode estar fixo em um único nó (sua empresa, no caso), nem mesmo estar preso à teia ou “dentro” dela. Deve estar sobre ela!
O profissional-aranha é, de certa forma, independente, mas precisa da teia para crescer; por isso ajuda a construí-la. A colaboração com a teia e com as outras aranhas que caminham sobre ela não se dá por altruísmo, mas por pura necessidade de sobrevivência.
Os profissionais inteligentes que hoje se sentem presos às suas empresas precisam comportar-se como aranhas. As empresas que não começarem a se reinventar em suas teias, assumindo seu papel como nó, expandindo suas fronteiras, certamente perderão seus profissionais mais competentes.
É obrigação de toda empresa possibilitar que seus profissionais sejam aranhas.
Cabe a cada empresa capacitar-se para poder proporcionar aos seus colaboradores acesso ao conhecimento e às ferramentas fundamentais ao seu desenvolvimento profissional.
Construir teias é construir relações (processos) que possibilitem relacionamentos com trocas de valor. É, portanto, “fazer networking” de verdade.
Se na era digital, da pasteurização da qualidade e até do processo de prestação de serviços, os ativos intangíveis das empresas – dentre os quais o Capital Intelectual – são seu arsenal competitivo de diferenciação, então deve ser core-business de cada empresa aprender a criar aranhas, adubando seus cérebros. Desde informações sobre as atividades de seu job-description a ferramentais como Universidades Corporativas, Inteligência Competitiva, Gestão do Conhecimento, Portais Corporativos, Intranets, Workflows, E-Learning, Business Intelligence, CRM, dentre outros, as empresas vencedoras devem saber como lançar uso, a fim de valorizar seus ativos, suas aranhas.
Na lógica dos mercados digitais, da valoração das empresas por ativos intangíveis, reter profissionais pela política do pão e circo, pelo paternalismo corporativista comum a algumas das maiores empresas pode ser uma conta muito cara, possivelmente irreversível. Ao contrário, ajudar esses profissionais a evoluírem significa aumentar o valor da empresa.
Em suma, recomendamos aos empresários e executivos decisores nas empresas se capacitarem em 2 skills fundamentais para o sucesso profissional na Era do Intangível: aprenderem a tecer (para serem capazes de construir suas teias) e aprenderem a identificar, capturar e alimentar aranhas