FIRJA, Agosto, 2017
O investimento em gestão da sustentabilidade pode levar micro e pequenas empresas (MPEs) a conquistar novos mercados. Os benefícios da cadeia de valor sustentável foram debatidos em reunião do Conselho Empresarial de Responsabilidade Social do Sistema FIRJAN.
Luiz Césio Caetano, presidente do Conselho, lembra que o fomento à sustentabilidade econômica, social e ambiental é uma agenda incluída no Mapa de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016–2025.
“Temos uma ação específica no Mapa, que é trabalhar modelos e ferramentas de gestão da sustentabilidade, tendo como foco micro, pequenas e médias empresas. As grandes empresas valorizam o exercício desses princípios e buscam fornecedores que tenham essa visão. Além disso, essas práticas valorizam as MPEs e garantem mais competitividade no mercado”, disse.
Alda Campos, diretora da Pares Consultoria e Capacitação, detalhou como as empresas âncoras podem contribuir para o fomento junto às MPEs. Ela acredita que é fundamental realizar uma estratégia de desenvolvimento em rede. “Temos que observar todos os grupos que possuem interesse em um negócio como potenciais parceiros estratégicos. Acreditamos que através dessa parceria há o aceleramento dessa agenda de desenvolvimento, além de não demandar altos investimentos”, explicou.
Para Alda, a inteligência coletiva é o que vai beneficiar companhias de interesses e tamanhos distintos. Segundo ela, a gestão sustentável gera impactos positivos na cadeia de valor, além de fortalecer laços entre empresas âncora e seus fornecedores.
No estado do Rio, um exemplo bem-sucedido de atuação em rede é da empresa L’Oréal Brasil. A companhia de cosméticos acredita que atuar seguindo preceitos de sustentabilidade é uma forma de impactar positivamente a sociedade.
Para alcançar esse objetivo, a empresa defende que as organizações deverão romper paradigmas da relação convencional entre cliente e fornecedor. O olhar da âncora deve ser voltado a ter um relacionamento com a sua cadeia de fornecimento de forma a fomentar práticas de sustentabilidade. “Isso garantirá um enorme campo de oportunidades para inovação e desenvolvimento de soluções mais competitivas e sustentáveis”, afirmou Aline Queiroz, diretora de Compras da L’Oréal Brasil.
Gestão Sustentável para a Competitividade
Para estimular boas práticas entre a indústria fluminense, o Sistema FIRJAN oferece, em parceria com o Departamento Nacional do SESI, o programa Gestão Sustentável para a Competitividade.
A metodologia busca identificar fatores de sustentabilidade que impactam diretamente a competitividade das MPEs. Os gestores das empresas respondem ao diagnóstico Modelo SESI de Sustentabilidade para Competividade para mapear suas políticas e práticas e os funcionários e clientes preenchem o questionário da Análise de Valor.
“Esses instrumentos geram um relatório de diagnóstico que define um plano de ação voltado ao desenvolvimento das MPEs e fortalecimento setorial. Atualmente são três setores atendidos: panificação, confecção e moveleiro”, explicou Flavia Siqueira, assessora do Conselho.
Pedro Mello, sócio-diretor da DOM Strategy Partners, avalia que empresas que adotam critérios de sustentabilidade têm mais chance de conquistar clientes: “Estar em conformidade com esses requisitos é um diferencial no mercado. Isso, alinhado a um bom preço, pode garantir a vitória em uma seleção promovida por alguma empresa âncora”.
O Conselho Empresarial de Responsabilidade Social aconteceu em 17 de agosto, na sede da FIRJAN.