GBL jeans – Maio, 2017
Segundo a pesquisa da Dom Strategy Partners que ouviu mais de 500 empresas nacionais, processo é lento entre as pequenas empresas do setor.
O varejo brasileiro está migrando para plataformas digitais e as lojas virtuais são o principal foco das 14 categorias ouvidas em estudo elaborado pela Dom Strategy Partners sobre a atuação multicanal. O levantamento foi realizado com 529 empresas varejistas nacionais de diferentes segmentos para descobrir em quais canais digitais elas pretendem focar suas atuações de vendas em 2017.
A categoria moda/têxtil aparece em segundo lugar no ranking, com 62% do segmento mais propenso a investir em plataformas digitais como forma de maximizar a experiência multicanal com o cliente e a intensificar suas estratégias de vendas com lojas virtuais. Em primeiro lugar aparecem os supermercados e hipermercados com 84% do setor prevendo investir no digital, 61% formados por franquias e 58% por flagships ou lojas conceito.
O e-commerce de moda ainda é pouco representativo entre as lojas, mas é um dos segmentos que registra maior crescimento, afirma com exclusividade ao GBLjeans, Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners. A crise econômica teve impacto na migração das marcas para o mundo digital. “Quando o varejo como um todo cresce, o e-commerce também cresce, e o inverso também é verdadeiro. Não há a substituição de um pelo outro”, avalia o CEO. Nos países mais desenvolvidos, por exemplo, o mundo digital tirou participação das lojas físicas.
NOVOS DESAFIOS PARA OS CONSOLIDADOS
Enquanto as lojas físicas olham para o ambiente online, o e-commerce, que já tem presença consolidada na web, pretende fortalecer o atendimento ao cliente a partir das redes sociais, com aplicativos e no modelo de entrega porta a porta. O estudo aponta que 33% das lojas que vendem artigos esportivos na internet pretendem direcionar seus esforços para redes sociais e aplicativos. Já o sistema de vendas porta a porta aparece na lista como foco de 47% das lojas de cosmético e beleza, de 39% das livrarias e dos “personal exchange” (“consumer to consumer”).
Em contrapartida, 42% dos estabelecimentos no formato pick & buy, que engloba lojas de conveniência, quer focar a sua atuação multicanal em lojas físicas, fazendo o caminho inverso da maioria das varejistas de ir do ambiente online para o offline. Segundo a pesquisa, as varejistas estão cientes de que o consumidor não distingue mais online do offline e o desafio atual é definir por quais meios será realizado o relacionamento com o cliente.
PASSOS LENTOS ATÉ O BIG DATA
A pesquisa também constatou que o varejo brasileiro ainda está longe de aproveitar todas as informações geradas pelo comércio eletrônico. O ‘big data’ e a Internet das Coisas são usados apenas pelo grande varejo e, mesmo assim, de forma experimental, aponta Domeneghetti. As grandes marcas conseguiram ter relevância no comércio eletrônico, mas as pequenas empresas têm enfrentado dificuldade em ter tráfego que justifique o investimento.
“Mesmo nas marcas conhecidas, o custo da atração do consumidor ainda é muito alto”, diz o executivo. Para as pequenas empresas, um modo viável de aparecer se dá por meio dos marketplaces. “Portais como o Mercado Livre, por exemplo, são uma boa oportunidade para a pequena empresa começar a experimentar a venda online”, completa Domeneghetti.