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Portal Computerworld – Janeiro, 2014

Para acompanhar a velocidade dos negócios, gestores brasileiros de TI começam a contratar serviços sob demanda, apesar de ainda cautelosos com aspectos de segurança

Forçados a dar respostas rápidas para atender à velocidade dos negócios, CIOS brasileiros estão investindo em projetos baseados nos quatro pilares (cloud computing, mobilidade, Big Data e social business) que sustentam a Terceira Plataforma de TI. Uma das formas de encurtar o caminho para entrega das aplicações é a adoção de cloud computing, modelo que começa a ganhar mais maturidade no País com aumento da confiança dos gestores de TI.

O 13o Prêmio IT Leaders, realizado em agosto pela COMPUTERWORLD, em parceria com a IDC, que elegeu os 100 melhores CIOs do Brasil, é um dos termômetros do aumento dos investimentos em projetos de cloud computing no País. O estudo revela que 74% dos líderes entrevistados têm planos de investir em serviços nessa área em 2014.

Algumas iniciativas foram lançadas em 2013, conforme projetos publicados na 13a edição do Prêmio IT Leaders da COMPUTERWORLD, envolvendo compra de tecnologia sob demanda de Infraestructure as a Service (IaaS) e também de Sofware as a Service (SaaS). Ao relatarem seus projetos, CIOs confessam que a nuvem surge como uma salvação para atenderem aos pedidos dos negócios com rapidez.

Apesar de cautelosos com os aspectos de seguranças, executivos de companhias de diversos setores da economia estão desenvolvendo planos para mover aplicações para nuvem. Os projetos contemplam redes privadas e públicas, levando-se em consideração a criticidade da aplicação, seguindo a tendência do mercado da composição de ambientes híbridos.

“Muitos projetos são barrados hoje porque a TI não tem agilidade”, reconhece Jones Emerson Costa Lima, diretor de Tecnologia da Universidade Tiradentes (Unit) de Aracajú (SE), ao elencar as razões pelas quais sua instituição decidiu colocar os pés na nuvem.

A Unit optou por esse modelo pela necessidade de ter um site de contingência de seu data center. O projeto nasceu com hospedagem na cloud da Amazon Web Services (AWS) para processar todas as aplicações da instituição, incluindo as críticas como o ERP e o sistema acadêmico que atende 35 mil alunos dos cursos de graduação e pós.

“Fizemos um amplo estudo e acabamos optando pela nuvem pública da Amazon”, explica Lima. Os testes começaram em outubro com implementação em etapas. A conclusão está prevista para o fim de julho de 2014.

A consultoria Deloitte ajudou a mapear processos críticos, mas houve dificuldade para contratação do fornecedor. “Não era só levar as aplicações para nuvem. Precisávamos preparar a infraestrutura física, com instalação de uma rede de fibra óptica, firewall e links web”, conta o CIO.

Velocidade para acompanhar o ritmo dos negócios também foi o argumento de José Luiz Junqueira Simões, gerente de TI da União Química Farmacêutica Nacional. Ele menciona como exemplo disso a redução do tempo para preparação da infraestrutura de TI para suportar a operação de novos distribuidores da companhia, que caiu de um ano para três meses.

A nuvem é um componente importante para o programa “Mais com Menos”, resultado do planejamento estratégico da União Química, que tem a meta de elevar a receita em 20% até 2016 e é chamado de 20×16.

Para apoiar as unidades de negócios nesse desafio, o CIO reestruturou processos informatizados relacionados à cadeia de suprimentos, produção, qualidade, distribuição e comercialização, perseguindo as diretrizes táticas propostas pelo board da companhia.

Esse processo exigiu a incorporação de dois distribuidores. “Eles nasceram100% na nuvem com ERP SAP, CRM e outros software”, informa Simões, frisando que há uso de rede privada e pública. Essa última, segundo ele, está protegida. Para o CIO, toda essa mudança “mostrou uma nova dinâmica nos processos de negócios corporativos e o melhor, totalmente alinhado ao planejamento estratégico”.

A possibilidade de melhorar a eficiência da TI e ter elasticidade para alocar recursos em picos sazonais da produção é um dos impulsionadores que colocaram a Fiabesa na nuvem. A fabricante de embalagens, localizada em Pernanbuco, está se transferindo para cloud, com a implementação de um projeto arrojado.

A meta do CIO da Fiabesa, Carlos Diego Cavalcanti, é até 2015 levar todas as aplicações da companhia para uma cloud privada. O projeto vai além de aspectos e decisões técnicas. “Trata-se sim, de um marco estratégico para a organização, no sentido de apontá-la um caminho de futuro”, explica o executivo.

A iniciativa começou no segundo semestre de 2012 e prevê sete etapas. O pontapé inicial foi a mudança do backup para uma cloud storage. Depois será a vez dos servidores de banco de dados e das aplicações verticais de negócio menos críticas. Na sequência, migram as aplicações de média criticidade, seguidas do ERP e serviços de rede.

Cavalcanti argumenta que havia dificuldade para manter investimentos contínuos em infraestrutura de TI, que não eram percebidos pela operação. Com IaaS (Infrastructure as a Service), esse cenário muda porque contratação será por demanda.

“É um projeto inovador pela adoção de uma nova tecnologia por parte de uma organização que não é de TI e porque estamos rompendo paradigmas locais, onde há a cultura de que precisamos ‘tocar` nos investimentos que fazemos em TI”, endossa o CIO, IT Leader 2013, na categoria Indústria de Manufatura

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