Com estruturas sólidas e largos investimentos em comunicação e tecnologia nos últimos anos, os bancos foram pela quarta vez consecutiva o setor que mais se destacou no MVP – Mais Valor Produzido -, índice feito pela consultoria DOM Strategy Partners que reconhece as empresas mais valiosas para a sociedade.
As marcas dos ramos de Alimentos e Bebidas e de Bens de Consumo também estão fazendo um bom trabalho no sentido de oferecer um bom produto e um bom relacionamento com clientes e parceiros. Veja ao fim a tabela com os resultados.
Juntos, estes formam os três setores que tiveram as melhores pontuações no MVP 2016, divulgado com exclusividade pela revista Consumidor Moderno em sua edição de outubro, também está disponível online.
O MVP é um índice com pontuação de 0 a 10 que verifica o valor que a empresa gera a partir da percepção de seus stakeholders – os clientes, funcionários, fornecedores, acionistas e a sociedade como um todo. Inclusive, além dos resultados por setor, é possível saber também as melhores empresas de acordo com cada público – clique aqui para saber mais.
O grupo dos Bancos, formado por Itaú Unibanco (8,31), Bradesco (8,28), Caixa Econômica Federal (8,26), Banco do Brasil (8,22) e Santander (8,16), teve uma pontuação média de 8,25, ante a média de 7,80 resultante das pontuações de 104 empresas distribuídas entre 21 setores.
As marcas de Alimentos e Bebidas e de Bens de Consumo, por sua vez, empataram na segunda posição, ambas com média de 8,10. Coca-Cola, Ambev, Nestlé, Whirpool, Nespresso e Samsung são algumas das empresas que estão nestes grupos
Na outra ponta, com as menores médias, estão setores como o de aviação (7,35), varejo geral (7,55) e telecomunicações (7,61), segmentos que, em comum, têm o fato de lidar diretamente com o público, muitas vezes com contato diário ou constante.
As particularidades de cada um
“É importante olhar os resultados setoriais pois cada fator pesa de maneira diferente para cada tipo de empresa”, explica Daniel Domeneghetti, CEO da DOM e coordenador da pesquisa. “Sustentabilidade, por exemplo, é um ativo que tem peso muito alto dentro das empresas de infraestrutura, já o varejo precisa ser expert em relacionamento com o cliente, as empresas de consumo, como uma Natura ou uma Nestlé, a marca tem mais, e assim por diante”, diz.
Para chegar às notas finais, a equipe da DOM avalia o desempenho das empresas sob um dezena de critérios diferentes. Crescimento, inovação, eficiência, qualidade, transformação setorial, relevância da marca, sustentabilidade, transparência e criatividade são alguns exemplos.
Por isso, explica Domeneghetti, é normal que algumas empresas que pontuam muito bem em alguns critérios não necessariamente tenha notas iguais em outros, e isso impacta no retrato final que cada setor recebe.
E por que os bancos?
Todos os principais bancos do país sempre aparecem nos rankings do MVP e invariavelmente têm notas acima da média. Para se ter uma ideia, das cinco empresas mais valiosas no ranking geral de 2016, três são bancos: o Itaú, Bradesco e a Caixa. Whirpool, com pontuação de 8,27, e o vencedor Google, com 8,42, são as outras duas.
Na análise de Domeneghetti, parte da explicação para esse fenômeno passa pela alta concentração do setor financeiro no país. Após uma série de fusões recentes que levaram concorrentes como Unibanco, HSBC e Citibank, o segmento inteiro ficou resumido a basicamente os cinco players da lista.
“São essencialmente estes quatro ou cinco bancos que sustentam as operações macroeconômicas do país, o que dá a eles uma importância relativa muito maior”, diz o consultor. “Se fosse nos Estados Unidos, onde existem mais de 200 bancos, esse resultado certamente seria diferente.”
Veja a lista das notas por setor:
Ilustração: Fernanda Pelinzon