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No Varejo, Janeiro, 2018

Por que uma montadora criada há poucos anos, como a Tesla, vendendo poucas dezenas de milhares de unidades/ano, supera o valor de mercado da centenária General Motors, que fabrica 10 milhões de veículos anualmente e fatura muitas vezes mais? O fato é que, nesses tempos regidos pela digitalização, aceleração, mudança frequente e erosão da fidelidade dos consumidores, os parâmetros para avaliar a qualidade de uma empresa – e de sua gestão – extrapolam os resultados financeiros.

Todo esse novo cenário e esses novos parâmetros influenciam o valor percebido de uma empresa. Vai além de um valuation tradicional. “O valuation tenta precificar quanto alguém deveria olhar para a empresa, para as condições de preço. É uma questão de transação. É um parâmetro de valor. É a capacidade da empresa de gerar valor financeiro, em determinado período, com base no custo de oportunidade e no risco que o acionista está disposto a assumir”, explicou Luis Motta, sócio da KPMG.

Em linhas gerais, explica Motta, o valor que a empresa gera leva em conta o mercado de atuação, os competidores e a capacidade dessa empresa de competir nesse mercado. “Tudo isso vai ser precificado, e dentro desse mercado serão traçados a projeção e o risco dela”, explica. Em tempos em que surgem disruptores de mercado a todo o momento, essa precificação pode mudar. “Quando aparece um novo competidor que traz uma solução que ameaça ou divide aquele mercado, ela divide aquele mercado que estava sendo projetado para determinada empresa”, afirma.

Nessa conta, diz Motta, entram sim fatores intangíveis. No varejo, por exemplo, a capacidade de uma empresa fidelizar os consumidores é levada em conta. “Existem questões que não são intangíveis, mas são direcionadores de valor”, considera. Para traçar uma régua de gestão e entender o que faz as empresas gerarem valor para além do lucro, a DOM Strategy Partners realizou o estudo “Mais Valor Produzido (MVP)”.  O estudo tem como base uma matriz que destaca alguns direcionadores de valor: causas e bandeiras, share of heart, conhecimento, tecnologia, inovação e centralidade no cliente.

“Gerar valor significa produzir riqueza econômica e isso se traduz a partir do valor da empresa”, explica Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners. “Em geral, o valor é fruto da percepção tangível e intangível dos stakeholders”. Para chegar aos resultados, o estudo parte de uma amostra das mil maiores empresas do País (excluindo-se holdings), somada a um recorte de cerca de 200 empresas chamadas “transformadoras”, identificadas pela própria consultoria.

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