De acordo com Peter Drucker “a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”. Inovação significa novidade ou renovação. Ou ainda, novidade em ação. A palavra é derivada do termo latino innovatio e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que, geralmente, pouco se parece com padrões anteriores.
A inovação, dentro do contexto de negócios, possui uma ampla gama de aplicações. Qualquer processo, produto, serviço, metodologia, tecnologia, etc que seja realizada de forma não convencional, que “quebre” os modelos de negócio ou padrões pré-estabelecidos, convencionados ou convencionais pode se traduzir em uma forma de inovar.
Percebemos que a inovação não se restringe somente aos produtos e serviços que chegam aos consumidores, ou seja, que são visíveis e tangíveis à grande maioria das pessoas. Muitas vezes, os grandes benefícios diretos aos clientes e consumidores derivam, na verdade, de grandes inovações ou processos inovativos que ocorrem dentros das quatro paredes de empresas e que, em tese, são silenciosos e transparentes.
A inovação, quando gera aumento de competitividade, consiste de em um importante diferencial, uma vez que o ativo ou atributo diferenciador geralmente é único e singular, pelo menos por um período de tempo.
Para que se passe do estágio de uma boa ideia para a concretização de uma inovação de fato é preciso que as empresas tenham algumas características que propiciem um ambiente favorável ao surgimento de idéias (serendipity), assim como forneçam suporte e apoio adequados de áreas, recursos financeiros e recursos humanos disponíveis, para que as melhores idéias possam passar por um criterioso processo de investigação, testes, amadurecimento e afunilamento, até que a inovação potencial mais evidente possa ser colocada em prática e os resultados esperados possam ser obtidos.
Inovação não é uma iniciativa isolada. Para que surja com resultados positivos, o processo de inovar necessita de estruturação e gestão contínua, a fim de que a visão e o direcionamento estratégico embutidos possibilitem o surgimento de novas formas de criação de valor, diferenciação e aumento de competitividade por caminhos ainda não percorridos.
A gestão da inovação, sem o direcionamento para a aplicação prática com metodologias, processos e ferramentas que realizem a captação, originação, tratamento e análise das informações de forma compartilhada e disseminada, termina por construir um monte de idéias (que irão para o cemitério das boas idéias) que gastarão preciosos recursos, sem que haja uma contrapartida tangível.
Prever uma tendência de mercado, enxergar novas formas de fazer, comunicar, marketear, novas maneiras de entregar ou ainda alternativas e modelos de negócio diferenciados são caminhos de se buscar a inovação. Este processo de inovação deve articular, organizar e entregar não somente a conversão das oportunidades conhecidas em realidade, mas também a capacidade de mudar o mind-set vigente em favor de novos produtos ou serviços.
Para se ter sucesso em processos sistêmicos de inovação que gerem resultados reais no final do dia, Rowan Gibson, em seu último livro “Innovation to the Core”, sugere a utilização das chamadas “4 Lentes da Inovação”, a saber:
- Desafiar profundamente as ortodoxias sobre quem são os clientes, como a empresa interage com eles, como estes definem os seus produtos ou serviços, como configuram a cadeia de valor, etc;
- Acompanhar as tendências emergentes e descontinuidades para modificar substancialmente o modo como as coisas são feitas no setor de negócios da empresa;
- Alavancar, de novas maneiras, as competências essenciais e ativos estratégicos da empresa para gerar crescimento;
- Compreender e focar as necessidades não satisfeitas dos clientes.
Como principal ganho para as empresas que focam em inovação, destacamos o alongamento de seu ciclo competitivo, pois, ao criar, inventar e inovar, estas corporações acabam marcando posição e “fazendo o mercado”, ou seja, chegam primeiro a um patamar mais atraente e recompensador e criam uma diferenciação fora do modus operandi que seus competidores estão acostumados.
O que ganham com isso? Um fôlego extra e uma posição mais privilegiada no cenário competitivo por um bom tempo. Não isso tudo que se pode querer?