Portal Consumidor RS – Abril, 2015
Levantamento realizado com 313 CEOs das 1000 maiores companhias do Brasil revela o que pensam os maiores líderes quando o assunto é trazer o cliente para o centro da estratégia
Quando perguntados qual é o papel da empresa como agente econômico, apenas 39% dos entrevistados apontaram gerar valor para o cliente/consumidor como prioridade de mandato, a fim de garantir perpetuidade e também, no curto prazo, ser capaz de responder ao contundente aumento da relevância do cliente, fruto das evolução sem precedentes dos mercados, das novas tecnologias, das novas regulamentações/legislações e das transformações irreversíveis nas relações de consumo.
Para 52% dos CEOS, apesar do reconhecimento da relevância indiscutível do cliente como ativo estratégico, gerar os resultados esperados pelos acionistas ainda é a prioridade colocada como número 1 em sua agenda de decisões. Em terceiro lugar, produzir e gerar desenvolvimento sustentável para a sociedade é a melhor opção para 7% dos entrevistados.
Quando a pergunta se refere aos desafios impostos por essa Economia do Cliente/Consumidor, 33% dos CEOS abordados pensam que convencer o acionista, de fato e na prática, sobre o imperativo da mudança do eixo de priorização decisória de negócio ora centrada no acionista para o cliente/consumidor como principal foco da empresa é o maior desafio. Já 31% crêem que desenvolver e rentabilizar propostas de valor e práticas diferenciadas da concorrência são os grandes desafios a serem vencidos. Por incrível que pareça, o grande dilema vigente atualmente – ser capaz de promover o equilíbrio entre curto e longo prazo, leia-se resultado e valor – , ficou em terceiro lugar com 22%.
No campo mais operacional, para dar vazão ao atual momento do mercado, a pesquisa indagou os líderes com o intuito de saber quais são os meios usados na prática para trazer o cliente para centro da estratégia. O estudo detectou que a dobradinha fortalecimento da atuação no Mundo Digital e Inovação são itens básicos para 36% dos entrevistados. Na retaguarda, com 24%, Sustentabilidade & Governança foram lembrados, assim como, Relacionamento Multicanal com 23%, e Marca e Reputação com 11%.
O autor da pesquisa e CEO da DOM Strategy Partners, Daniel Domeneghetti, explica que a razão do levantamento se dá por conta da época de redescoberta do óbvio, do back to basics na qual vive as companhias.
“Atualmente as empresas são forçadas a encarar sua verdadeira razão de ser, que está ancorada na afirmação de que toda e qualquer empresa foi pensada, para suprir uma demanda real ou potencial de mercado. E, por mercado entende clientes (consumidores ou empresas). Ou seja, só sobrevivem se o mercado as autorizar. Logo, uma empresa só passa a existir POR CAUSA de seus Clientes e só permanece existindo se for competente em atender, satisfazer, surpreender e desenvolver esses Clientes.”, acrescenta o executivo.
A pesquisa foi realizada durante os meses de janeiro e fevereiro nas empresas com sede nas principais capitais brasileiras e foi uma ampliação da série de entrevistas realizadas desde 2013 com os 54 CEOS das 150 mais representativas empresas em atuação no País, base para o desenvolvimento do livro “Feitas para Cliente”, de coautoria de Domeneghetti.