O mundo dos negócios muda em ritmo acelerado; as relações das empresas com seus diversos stakeholders se intensificam e diversificam com a proliferação de canais e pontos de contato, meios e formas de comunicação e relacionamento, mudando para sempre as dinâmicas corporativas.
São mudanças irreversíveis em que o principal desafio reside na capacidade de adequação das pessoas às novas formas de entender a vida, o trabalho e suas relações e relacionamentos.
Políticas, regras, novas formas de gestão de pessoas e de controle produtivo, dentre outros, devem ser formuladas e implementadas a fim de prover diretrizes claras (guidance) às pessoas/liderados e, ao mesmo tempo, potencializar as habilidades e pontos fortes de cada colaborador, assim como criar caminhos para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de requisitos que eventualmente estejam aquém dos parâmetros de desempenho estabelecidos pela empresa.
Apesar de a tecnologia estar alcançando participação e relevância cada vez maiores nas empresas, seja em função de sua capacidade de processamento, automação de processos, provimento de informações, agilização das rotinas de trabalho, colaboração entre equipes ou até mesmo dos ganhos de produtividade nas dimensões fabris, o fator humano ainda é, sem dúvida alguma, o fiel da balança para o sucesso ou fracasso das empresas em um mercado cada vez mais disputado.
Assim, decisões que requerem sensibilidade, inteligência, sagacidade, conexão e capacidade de análise crítica e integrada de variáveis tangíveis e intangíveis, dentre outras, ainda são exclusividade do ser humano.
Em face às evoluções e inovações vivenciadas pelas organizações, a gestão de pessoas, integrada às necessidades e rumos traçados para o negócio (via planejamento estratégico e vivência da cultura corporativa), reforçam a importância de se focar em aspectos mais estratégicos em detrimento da gestão excessivamente burocrática, técnica e verticalizada.
Muito se discute acerca da política mais correta e mais eficaz de gestão de pessoas, mas o fato é que para se obter uma diferenciação competitiva comprovada a partir desta competência, faz-se necessário otimizar e/ou maximizar os recursos/ativos existentes (que são finitos) na empresa e em seu ecossistema em níveis superiores aos dos seus concorrentes.
Atualmente, algumas linhas de abordagem da nova Gestão de RH sinalizam para a incorporação dessas tendências em seu core gerencial e exemplificam alterações significativas em seu posicionamento e nos papéis desempenhados, tais como a busca pela identificação e compreensão de seus reais stakeholders, compreendendo os impactos e efeitos de sua ação na cadeia de valor de seu negócio; uma maior preocupação com políticas e técnicas de identificação e mensuração do valor agregado pelos indivíduos, repercutindo em remunerações diferenciadas e programas de retenção de talentos; o uso intensivo da tecnologia a serviço do trabalho, principalmente no que se refere à adoção de ambientes, canais e sistemas que permitam a interação e comunicação multifuncional entre grupos de trabalho ou ainda a adoção de novos modelos experienciais e sustentáveis de atuação e aprendizado individual e coletivo.
Em relação à sua estrutura e modelo organizacional, a visão tradicional de departamento burocrático e verticalizado vem migrando para desenhos muito mais fluídos e distribuídos – e, portanto, influentes, com participação direta e proativa da alta gestão com as particularidades e necessidades de cada indivíduo, de seus papéis, responsabilidades e nível de desempenho alcançado.
Mais do que nunca, as empresas precisam de pessoas que agreguem valor aos seus bens e serviços através da criatividade e capacidade produtiva, potencializadas pelo ambiente corporativo e pela atuação direta de um RH presente, moderno, comunicativo e eficaz.
Dentre todas as funções do RH, à luz da perpetuação e compartilhamento dos valores da empresa e da cultura corporativa, aparentemente está no velho trinômio atrair, capacitar e reter talentos seu maior e mais relevante desafio.