A diferenciação é um dos principais elementos da competitividade e sucesso de qualquer estratégia de negócio. Sua gênese é o resultado sublime de um processo iterativo de tese, antítese e síntese frente aos desafios exógenos (no caso dos negócios, quando derivados da competitividade e da influência dos stakeholders da empresa) e endógenos (no contexto interno do modelo de negócio, gestão e organização). Vale para a Biologia, através da seleção natural e sobrevivência das espécies mais adaptáveis, vale para os negócios e sucesso das empresas mais flexíveis e capazes de se diferenciar das demais.
Tal capacidade de diferenciação e flexibilidade estão diretamente relacionadas ao conceito de uniqueness. Para se destacar dentro do mainstream massivo de possibilidades, alternativas, informações, conteúdos, etc, que se apresentam ininterruptamente, dividindo o attention time dos tomadores de decisão em múltiplas partes, uma mensagem, produto ou serviço precisa ser efetivamente única. Não basta ser inovadora, criativa ou diferente, necessita ser única.
Porém, determinar se uma estratégia possui diferenciação suficiente para se tornar única é um exercício tão próximo ao guessing quanto se queira, pois a categorização só pode ser feita à posteriori, em função do grau de impacto, disruptura e resultados reais que a tal estratégia gerou.
Assim como certos acontecimentos passam a fazer parte da historia humana como sendo inesquecíveis, marcos ou históricos – pelas mudanças que desencadearam, estratégias de negócios diferenciadas e únicas revolucionam o comportamento de seus mercados, renovando a dinâmica de interação entre os envolvidos, eliminando os elos fracos e potencializando os fortes.
A aplicação desta lei da seleção natural nos negócios acontece de forma cíclica, em um equilíbrio dinâmico de alternância entre status quo e caos, o que significa dizer que os “mercados EXIGEM”, de tempos em tempos, estratégias diferenciadas e únicas com potencial de disruptura para que dessa forma evoluam e contemplem novas forças competitivas.
A derivada prática deste efeito se dá na proporção de que quanto mais próximo do momento de ruptura, as tais forças competitivas (ou oportunidades de mercado) se tornam mais evidentes e óbvias, até o ponto em que não é necessário nenhum tipo de brilhantismo ou análise sofisticada para identificá-las.
Dessa forma, diferenciação e uniqueness se resumem a timing estratégico, à capacidade de compreender com antecipação tanto o elemento de ruptura com o novo cenário decorrente e ser capaz de desenvolver a solução estratégica adequada a este conjunto de contextos, que poderá se tornar única ou não. Nesse caso, apenas os analistas do futuro poderão dizer.