Nas últimas décadas, o setor farmacêutico passou por grandes movimentos de fusão e aquisição com cifras astronômicas entre os principais players do mercado, que criaram mega-organizações globais.
Os ganhos vislumbrados com tais ações variavam desde o fortalecimento dos pipelines de P&D e ganhos e economias de escala à geração consistente de capital intangível na forma de patentes e conhecimento clínico. Porém, o tamanho destas novas organizações gerou uma complexidade gerencial única que impede que os ganhos esperados se efetivem ou atendam às altas expectativas das novas empresas e seus acionistas.
Associado ao aspecto interno, a competição entre os grandes players, em nichos de doenças limitados, com foco na criação de drogas blockbuster (alto volume para grandes mercados globais) é cada vez mais difícil e custoso, apesar da evolução tecnológica atual.
Apesar da lucratividade gerada em nichos de drogas intermediários, manter o foco dos investimentos em tais mercados blockbusters para a expansão do portfólio é a imposição estratégica que estes grandes players enfrentam para rentabilizar seus investimentos e suportar seu custo de carregamento.
Para complementar o panorama mercadológico, novas tendências para o setor como a Biotecnologia e a expansão para áreas diversas como medicina diagnóstica; riscos estruturais como árduos processos de aprovações de novas drogas e o endosso governamental e o crescimento do uso medicamentos genéricos; e o surgimento de potenciais canais de distribuição e venda, como a Internet – que apesar do potencial esbarram em questões regulatórias – vs. o caráter insubstituível da figura do Representante de Vendas, tornam o desafio de perpetuar a história centenária de muitas destas empresas uma tarefa que nem o tamanho colossal pode garantir.
Para tanto, permear a malha de processos e práticas corporativas com disciplinas como Gestão de Relacionamento com Stakeholders, Gestão do Conhecimento e da Inovação e Gestão de Intangíveis,através de seus diversos Scorecards é imposição para as novas mega corporações que se desenham.