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Agencia o Globo – Maio, 2016

Tecnologia / Segundo pesquisa divulgada recentemente pela DOM Strategy Partners, que ouviu executivos de 223 das 500 maiores empresas do Brasil, em 79% delas o conceito de sustentabilidade fica restrito apenas a um departamento ou liderança e não permeia toda a organização. Além disso, em 74% o tema não ganhou o apoio dos dirigentes e não conta com um sistema de gestão estruturado, com executivos, orçamentos, metas e responsabilidades dedicados a ele.

Ao identificarmos como principal falha no conceito de sustentabilidade a questão da visão e dos valores dispersos e desalinhados, fica evidente a falta de conhecimento e de capacidade de diversas empresas na sua maneira de incorporar a sustentabilidade no seu modelo de negócios e filosofia de gestão.

Nos dias de hoje, as empresas são cada vez mais exigidas para gerar valor compartilhado para acionistas, colaboradores, fornecedores, consumidores e sociedade em geral. Todavia, muitas delas não conseguem gerenciar a ampla variedade de atividades, interesses e objetivos demandados por seus stakeholders por meio de uma estratégia coerente e integrada de sustentabilidade empresarial.

Neste contexto, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, oferecerá um programa intensivo de capacitação e atualização para melhorar a capacidade das organizações de desenvolver e implementar estratégias de sustentabilidade de alto impacto que construam valor compartilhado e gerem vantagem competitiva sustentável. O Curso de Extensão “Estratégias de Sustentabilidade Empresarial” ocorrerá nos dias 04 e 11 de junho, na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Ele será coordenado pelo professor Marco Aurélio Morsch, fundador e consultor da Morsch Consulting, palestrante e professor na Faculdade de Administração da Universidade Mackenzie.

Com o propósito de discutir os argumentos de negócio, as estratégias e os indicadores de sustentabilidade empresarial com vistas a redefinir as práticas de negócios e auxiliar as organizações a transformarem suas estratégias e práticas em instrumentos de valor, o curso ajuda as empresas a promoverem práticas bem sucedidas de sustentabilidade e se transformarem em efetivas protagonistas na construção de um mundo melhor e mais sustentável. As inscrições vão até segunda-feira, 30 de maio.

Segundo o Professor Morsch, esta iniciativa ganha relevância no momento atual. Ainda mais quando, segundo a pesquisa, 39% das empresas ainda não conseguem equilibrar as três dimensões da sustentabilidade (ambiental, social e econômica) e 43% não são realistas na hora de planejar as estratégias de acordo com o segmento em que atuam.

“Compreender a sustentabilidade como uma abordagem de negócios que gera valor compartilhado a longo prazo por meio da gestão eficaz das oportunidades e riscos derivados do contexto econômico, social e ambiental mais abrangente e complexo que hoje afeta o cenário de negócios é uma questão crítica para o sucesso é mesmo para a sobrevivência das organizações”, afirma enfaticamente o professor.

Esse desafio envolve entre outras questões as seguintes: Como responder de modo competente às demandas dos consumidores, investidores, parceiros, trabalhadores e sociedade nestes tempos de capitalismo consciente? Como incorporar a sustentabilidade no centro da estratégia organizacional, promovendo integradamente inovações e ganhos de qualidade e produtividade para criar uma vantagem competitiva e valor compartilhado sustentável para todas as partes interessadas no negócio?

Hoje, não cabe mais se discutir se a empresa deve ou não adotar práticas de sustentabilidade. Inúmeros estudos já comprovaram os benefícios, resultados e vantagens que a sustentabilidade empresarial traz para o negócio, o chamado business case da sustentabilidade empresarial. Apenas um exemplo de argumentos a favor da sustentabilidade é o que ocorre com as empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE da BOVESPA: o lucro de suas ações é consideravelmente superior as ações de empresas que não tem práticas de sustentabilidade empresarial. Veja o gráfico em http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoIndice.aspx?Indice=ISE&idioma=pt-br

As questões de hoje se referem a COMO fazer a sustentabilidade empresarial e para QUEM fazer? Como gerar valor compartilhado sustentável e riqueza para o negócio?

Para compreender e solucionar estas questões, os gestores e líderes empresariais precisam primeiro de uma mudança de mentalidade, de um novo pensar sobre a atual natureza e o caráter das empresas, revendo a lógica e os seus modelos de negócio. Depois, eles precisam de aprendizado e conhecimento de como implementar programas e práticas de sustentabilidade de maneira integrada e inclusiva, bem como utilizar as ferramentas mais apropriadas e eficientes.

Muitas empresas tem tido dificuldades quer em mudar seus paradigmas, quer em saber como fazer as mudanças necessárias e evoluir para um modelo mais sustentável de gestão. É incomodo descobrir que mais da metade (62%) das empresas não inclui seu negócio principal na estratégia de sustentabilidade e 61% comunicam seus planos para o tema de forma ineficiente ou oportunista, o que faz com que os funcionários não abracem a ideia e o público perca a credibilidade.

Infelizmente também, de acordo com o levantamento, 61% dos entrevistados têm dificuldade de enxergar as oportunidades de gerar valor por meio de iniciativas sustentáveis e as adotam apenas por pressão social.

O professor Morsch conta que, entre outros aspectos que são discutidos no curso, destaca-se a metodologia de como mensurar adequadamente os resultados das iniciativas de responsabilidade social e ambiental das empresas. “Muitas empresas não sabem quais indicadores, métricas ou padrões mais apropriados para medir eficazmente sua evolução e resultados socioambientais. Estas empresas ficam em dúvida se é mais adequado utilizar o GRI, o Pacto Global, a ISO26000, a ISO14000 e outros”, explica o professor.

Segundo a pesquisa da DOM, 72% tem dificuldades para mensurar os resultados de suas iniciativas de sustentabilidade. Veja o resultado da pesquisa em http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/empresas-se-dizem-sustentaveis-mas-nao-sao.

Outra pesquisa, essa feita pela McKinsey, com 3.203 líderes de várias regiões explorou o porquê e o como as empresas estão abordando ações de sustentabilidade. Aqui, 94% executivos afirmaram que suas empresas estão buscando integrar de forma ativa a sustentabilidade na estratégia empresarial. Dentre as principais práticas relatadas, o professor Morsch cita as seguintes:

• Gerenciar a reputação corporativa, fixando a marca como socioambientalmente responsável (77%)
• Reduzir o uso de energia, água e o desperdício operacional (76%)
• Reduzir emissões de poluentes em suas operações (73%)
• Gerir portfólio de produtos de modo a captar tendências em sustentabilidade (70%)
• Gerir impacto dos produtos ao longo da cadeia de suprimentos (66%)
• Adequar-se à legislação e protocolos, aproveitando oportunidades (64%)
• Comprometer os recursos de P&D para produtos que sejam sustentáveis (62%)
• Motivar e otimizar a atração e retenção de talentos sensíveis a causa da sustentabilidade (44%)
• Mitigar riscos operacionais relativos a mudanças climáticas.

Ainda de acordo com o estudo da DOM Strategy Partners, em 65% das empresas, a inconsistência na fixação de prioridades sobre o assunto, seja por que os objetivos são pouco factíveis ou irrelevantes, acaba gerando resultados frustrados ou prejuízos financeiros e de reputação.

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